quinta-feira, 15 de setembro de 2011

XXV - Domingo do Tempo Comum - A


A Liturgia leva-nos a refletir novamente sobre a Igreja, na qual somos convidados a trabalhar.
Qual será o critério de Deus no "pagamento" pelo trabalho nela realizado?

As leituras bíblicas deste fim-de-semana dão-nos a resposta.

Na 1ª Leitura, Isaías afirma que o jeito de Deus ser é muito diferente de como nós o imaginamos. Deus não pensa como nós.
Ele não julga pela quantidade, mas pela qualidade com que se faz. (Is 55,6-9)

A 2ª Leitura apresenta o testemunho de Paulo, que fez de Cristo o centro de sua vida.
"Para mim o viver é Cristo, e o morrer um lucro".(Fl 1,20c-24.27a)

O Evangelho destaca que Deus chama à Salvação todos os homens,
sem considerar a antiguidade na fé, ou os créditos pelo trabalho realizado.(Mt 20,1-16)

A Parábola da VINHA é exclusiva de Mateus:
- Um patrão contrata trabalhadores para a sua vinha, em vários momentos.
- No final do dia, paga uma diária completa a todos.
- Os primeiros "murmuram, reclamando indignados:
"Eles trabalharam apenas uma hora, e tu os igualaste a nós".
- O dono da vinha responde ao primeiro descontente:
"Não sou injusto contigo. Não tinhas combinado comigo uma diária?
Estás com inveja, porque eu sou bom?" (...)


Deus não é um negociante que contabiliza os créditos dos homens para depois pagar-lhes conforme a quantia produzida.
A Salvação é mais obra de Deus do que merecimento do homem.
Deus é um Pai, cheio de bondade, que ama todos os seus filhos por igual e sobre todos derrama o seu amor. Ele dá-nos muito mais do que merecemos...

* O Reino de Deus é para todos; não há excluídos.
Para Deus há pessoas a quem Ele ama, a quem Ele oferece a salvação e a quem Ele convida para trabalhar na sua vinha. A única coisa realmente decisiva é se os convidados aceitam ou não trabalhar na sua vinha.

* Diante da recompensa gratuita e universal de Deus, qual a nossa atitude?
- alegramo-nos com o amor de Deus que acolhe a todos?
- ou deixamo-nos levar por sentimentos de inveja ou ciúmes?
- ou consideramo-nos merecedores de direitos, ou "privilégios"?

* Como explicar essa aparente injustiça de Deus?
Humanamente é difícil entender... só entenderemos numa visão de fé.
Quem trabalha para o Reino de Deus, deve fazê-lo por amor.
E quando alguém faz por amor não se interessa pela recompensa...pelos elogios... pelo pagamento...
A fidelidade ao Senhor já é uma recompensa....
Sem dúvida, Deus dá-nos muito mais do que merecemos,

* Que pensar dos que se sentem "donos" da Comunidade, porque estão há mais tempo do que os outros, ou porque contribuíram para a Comunidade mais do que os outros?
Na Comunidade de Jesus, a idade, o tempo de serviço, a posição hierárquica, não servem para garantir direitos, privilégios ou superioridade...
Embora com funções diversas, todos são iguais em dignidade e todos devem ser acolhidos, amados e considerados de igual forma.

Cristo continua a convidar-nos: "Ide também vós para a minha vinha!..."
- Qual será a nossa resposta ao chamamento de Deus?
- Qual é o nosso lugar na vinha do Senhor?