quinta-feira, 29 de setembro de 2011

XXVII - Domingo do Tempo Comum - A

A Liturgia deste fim de semana, continua o tema da VINHA, que representa Israel, o povo eleito, precursor da Igreja, o novo Povo de Deus.

Na 1ª Leitura, Isaías, narra a História do amor de Deus e a infidelidade do seu Povo. (Is 5,1-7)

Na 2ª Leitura, Paulo apresenta virtudes concretas, que os cristãos devem cultivar na própria Vinha.
São esses os frutos que Deus espera da sua "Vinha". (Fl 4,6-9)

No Evangelho, Jesus retoma e desenvolve o poema da VINHA (Mt 21,33-43)

- Um Senhor planta uma vinha com todo o cuidado e tecnologia necessária e confia-a a uns vinhateiros, conhecedores da profissão.
- Chega o tempo da vindima, manda buscar a colheita e vem a surpresa.
Não entregam os frutos e maltratam os enviados...
Não respeitam nem o próprio filho do dono. Chegam a matá-lo.
- A "Vinha" não será destruída, mas os trabalhadores serão substituídos...

* A parábola é uma releitura da História da Salvação:
ilustra a recusa de ISRAEL ao projecto de salvação de Deus.
- A Vinha é o Povo de Deus (Israel).
- O Dono é Deus, que manifestou muito amor pela sua vinha.
- Os vinhateiros são os líderes do povo judeu...
- Os enviados são os profetas... o próprio Cristo "morto fora da vinha".

- Resultado: A "vinha" será retirada e confiada a outros trabalhadores,
que ofereçam ao "Senhor" os frutos devidos e acolham o "Filho" enviado.
- Reacção do Povo: tentam prender Jesus, pois percebem que a Parábola refere-se a eles...

* Quem são estes "outros", aos quais é entregue a Vinha?
Somos todos nós, membros do novo Povo de Deus, a Igreja, que tem a missão de produzir os seus frutos, para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.
- Que tipo de frutos está a faltar?

Os homens do tempo de Isaías e também de Jesus eram muito piedosos, zelosos nas práticas religiosas, no respeito do sábado...
Mas não foi da falta disso que Deus se queixou...

- Isaías resume a queixa de Deus nas palavras do dono da vinha:
"Esperei deles justiça, e houve sangue derramado;
esperei retidão de conduta e o que ouço são os gritos de socorro de gente que foi explorada e maltratada..."

* Será que isto acontecia só no passado?

Ainda hoje devemos testemunhar diante do mundo, em gestos de amor, de acolhimento, de compreensão, de misericórdia, de partilha, de serviço, a realidade do Reino, que Jesus veio propor.
Não podemos reduzir tudo a apenas a umas práticas religiosas...

*Os guardas da vinha quiseram até se transformarem em "Donos"...

* Esse perigo não pode estar presente ainda hoje nas nossas comunidades?
Não somos "donos", mas apenas administradores...

*Deus nunca desiste da sua obra de amor e salvação!
Uma Verdade consoladora, mas também um Alerta:
Diante do fracasso com alguns... Deus não desiste...
Ele recomeça com outros...
- Será que Deus está satisfeito dos frutos que estamos a produzir?


Se hoje não somos missionários, não é este um sinal de que estamos a ser maus vinhateiros?
Não significa um desprezo para com a Vinha do Senhor?

Neste caso: "O Reino também nos será tirado e entregue a outros que produzam frutos".