sexta-feira, 13 de março de 2020

COVID-19 | Novas orientações pastorais

COVID-19 | Novas orientações pastorais
De acordo com os últimos desenvolvimentos da pandemia de COVID-19, as medidas extraordinárias aprovadas pelo Governo Português e as anunciadas pela Conferência Episcopal Portuguesa.
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Neste tempo de particular responsabilidade, todos os fiéis do Povo de Deus, desde logo os padres e leigos empenhados na pastoral, darão com alegria razões da sua esperança se, neste momento, abrirem a imaginação ao sopro do Espírito Santo, para além dos cancelamentos das celebrações. Seguramente, porque caminham à frente do povo, como condutores esclarecidos dispostos a inaugurar caminhos, para corresponder à fome daquela boa notícia, o evangelho de Jesus, que jamais poderá apagar-se. 
Subimos com Jesus para Jerusalém e vamos celebrar a Páscoa. E há mananciais inesgotáveis. As contingências são passageiras. Sabemos sofrer e desejar melhores dias. Mais do que lamentações, hoje inauguramos um tempo que nos vai fazer pensar e reinventar formas de viver a fé em cada casa, reaprendendo até uma vida doméstica que parecia diminuída por certos ritmos. Procuremos reanimar, com a alegria de quem partilha a fé entre amigos, o sentido profundo de famílias crentes e animadas pela esperança. 
A forma comum de celebrarmos o mistério pascal sucede, como sabemos e frequentamos, através das celebrações litúrgicas. Por aqui passa a excelência. E nada se pode comparar a esta celebração da vida em comunidade. Bem sabemos que a obra da salvação se realiza, mediante o sacrifício e os sacramentos, à volta dos quais gira toda a vida litúrgica» (SC 6). E, por isso, tudo fazemos por nela participar de forma activa, consciente e frutuosa (cf. SC11).
Este ano, por razões de particular excepcionalidade, iremos celebrar as festividades pascais em nossas casas, pois será difícil prosseguir, por motivos de salvaguarda da saúde pública, com as celebrações nas igrejas, santuários e capelas. A alegria da nossa fé vai readquirir outros matizes, que nem imaginaríamos serem possíveis, em casa quase naquela memória da comemoração judaica: com a leitura da palavra de Deus, as perguntas das crianças, a respostas dos pais e dos avós, e o alimento partilhado. 
Por mais que a Liturgia seja a forma mais excelente de celebrar a fé, e a ela voltaremos passada a crise actual, gostaria de recordar que «a participação na sagrada Liturgia não esgota, todavia, a vida espiritual» (SC 12). Saberemos, na fidelidade ao Espírito Santo, suscitar iniciativas que provocarão uma revitalização da fé e da piedade em igreja doméstica. A complexidade destes momentos deverá, por isso, trazer novo ardor e alegria na vivência da fé a partir das casas de cada um.
Partindo desta certeza e atendendo aos últimos desenvolvimentos da pandemia de COVID-19, e acompanhando de perto as medidas extraordinárias aprovadas pelo Governo Português, bem como as anunciadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, dão-se a conhecer as seguintes orientações pastorais:
1. Suspensão das celebrações comunitárias
Esta manhã, a Conferência Episcopal Portuguesa, auscultando todos os bispos diocesanos, determinou a “suspensão da celebração comunitária da Santa Missa até ser superada a actual situação de emergência”. Neste sentido, confirmo, para todo o território da Arquidiocese de Braga, esta determinação, com efeitos imediatos.
Os sacerdotes continuarão a celebrar diariamente a eucaristia, rezando por todo o Povo de Deus, mas sem a presença dos fiéis leigos.
2. Casamentos, baptizados, funerais e orações comunitárias
As orações comunitárias, tais como a Via Sacra, Recitação do Rosário, bênçãos e lausperene, encontram-se igualmente suspensas.
Particular atenção deve ser dada aos matrimónios e baptizados. Sabemos que se trata de um momento especial e há muito desejado, mas as circunstâncias actuais exigem um novo modo de viver este dia tradicionalmente festivo. Perguntamo-nos se não será possível adiar para uma data mais conveniente. Não sendo possível, que sejam celebrados talvez sem a eucaristia, e que o número de presentes na celebração seja estritamente reduzido ao mínimo. 
3. Funerais e vigílias pelos defuntos
No que diz respeito aos funerais, determina-se que o mesmo decorra segundo a modalidade “Celebração das Exéquias sem missa”, presente no Ritual das Exéquias, adaptando-se, naturalmente, às circunstâncias do lugar e na presença das pessoas mais próximas ao defunto, evitando-se também quaisquer gestos afetuosos de proximidade, no cumprimento das regras de distanciamento social e etiqueta respiratória.
As Missas Exequiais podem ser celebradas após a superação desta fase crítica ou nas eucaristias que o sacerdote celebrará em particular, sempre sem a assistência de pessoas ou por um grupo muito restrito de familiares previamente validado pelo pároco.
4. Algumas sugestões para viver este tempo invulgar
4.1. Acompanhamento de celebrações: pode assistir, através da página de Facebook da Arquidiocese, à eucaristia celebrada na capela do Paço Episcopal de Segunda a Sábado às 18 horas e no Domingo às 11 horas. Aconselhamos, também, que se siga a eucaristia através dos diversos canais da televisão.
4.2. Leitura da Palavra de Deus: pode consultar a página do Secretariado Nacional da Pastoral da Liturgia para ler e meditar a Palavra de Deus diária.
4.3. Oração diária: as aplicações e serviços Click to Pray, Passo-a-rezar, Laboratório da fé e iBreviary estão disponíveis para ajudar a manter a oração pessoal e familiar.
Sugere-se também o acompanhamento da recitação do Rosário, diariamente às 18h30, na Rádio Renascença.
5. Serviços diocesanos
– A Cúria Arquidiocesana estará encerrada ao público até determinação em contrário. Será sempre possível contactar telefonicamente os Serviços Centrais para qualquer assunto com caráter de urgência. Os processos deverão ser encaminhados pela internet (utilizando a plataforma Kyrios) ou através dos CTT. Convém fazê-lo atempadamente para que os Serviços possam responder a tempo das celebrações.
– A Livraria Diário do Minho funcionará à porta fechada. Serão aceites encomendas por telefone ou email, sendo depois as mesmas entregues por CTT ou agendamento prévio.

Na esperança de que brevemente possamos alterar estas orientações, deixo a minha bênção e unidade a todos os sacerdotes e cristãos.

 † Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz

TEMPO DE RESPONSABILIDADE E ESPERANÇA

TEMPO DE RESPONSABILIDADE E ESPERANÇA

O dom da vida tem um valor inviolável. Temos o dever de a proteger, a nossa e a dos outros. É pecado grave atentar contra ela e, por isso, em momentos de epidemia, compete ao cristão sacrificar tudo para a defender. A festa da Páscoa, vitória da vida sobre a morte, é oportunidade para interiorizarmos os compromissos que daqui advêm.

O Arciprestado de Vila Nova de Famalicão, dadas as comunicações das autoridades públicas de saúde, as posições da Conferência Episcopal e da Arquidiocese de Braga, informa que as paróquias vão:

1.      Suspender a catequese e atividades juvenis/escutistas e retomar quando as escolas reabrirem.
2.      Suspender as celebrações previstas do Sacramento da Reconciliação (confissão individual) e definir datas posteriores para o efeito.
3.      Suspender as Eucaristias até “ser superada atual situação de emergência”.
4.      Velar os defuntos e celebrar os funerais (exéquias), os quais, tanto quanto possível, hão de limitar-se à família. Alertar as pessoas para não se cumprimentarem de qualquer das formas. Podem dar os pêsames por SMS ou internet.
5.      Celebrar casamentos e batizados, os quais, tanto quanto possível hão de limitar-se aos familiares.
6.      Suspender a visita dos párocos e dos Ministros Extraordinários da Comunhão aos doentes e idosos. Discernir o melhor modo de o fazer, se porventura assim for necessário.
7.      Suspender todas as devoções populares, atividades pastorais e culturais, próprias deste tempo: procissões, concertos, Lausperene, 24h para o Senhor, Via-Sacra, ensaios, reuniões...
8.      Celebrar a Páscoa, tanto quanto possível; tocar os sinos ao longo do dia; propor às famílias colocar flores à sua porta em sinal de anúncio e da beleza da Vida em Cristo; propor os estandartes de Cristo Ressuscitado às janelas; fazer uma oração de bênção e gratidão em família pelo dom da vida.
9.      Suspender o Compasso ou Visita Pascal e desenvolver um esquema para a celebração familiar da Páscoa.

O Arciprestado de Vila Nova de Famalicão está consciente da importância, da responsabilidade, da coragem e da Esperança que este período exige. Por isso, sublinha e pede o empenho de todos para que o impacto desta epidemia seja o menor possível para a saúde pública.

Estima e agradece o empenho de todos os profissionais de saúde, na sua diligência, exigência, humanidade e solicitude em tempo tão sensível a todos. 

Agradece também a todos os meios de comunicação social que procuram informar,  esclarecer e sensibilizar a população para o momento que todos estamos a viver, fazendo chegar esta nossa informação a todos.

Por fim, o Arciprestado de Vila Nova de Famalicão une-se a todos os fiéis, em oração, e reza ao Senhor que, por mediação da Sua e nossa Mãe, se compadeça de todos os frágeis e doentes, para que dê alívio e cure todos os infetados, anime os que deles cuidam, ajude os investigadores a encontrar os meios de cura, e a todos nos dê saúde e sensibilidade para o cuidado compassivo dos enfermos e para evitar que a doença se propague.

Oração
Senhor Jesus, Salvador do mundo,
esperança que não conhece a desilusão,
tem piedade de nós e livra-nos do mal!
A Ti imploramos a vitória
sobre o flagelo deste vírus que se está a difundir,
a cura dos doentes,
a proteção dos que estão sãos,
o auxílio para quem presta cuidados de saúde.
Mostra-nos o Teu Rosto de Misericórdia
e salva-nos com o Teu grande amor.
Tudo isto te pedimos por intercessão de Maria,
Tua e nossa Mãe, que fielmente nos acompanha!
Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos.
Amen!     († Bruno Forte)